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Parece que foi ontem a última vez que esboçou um sorriso e se fez rainha do meu mundo, que teve a certeza do nosso amor pueril e que me fez feliz só por existir. Tão perto e tão longe. Sempre pairou sobre ti o medo de me perder e, sobre mim, o medo de ter de viver, ter de encarar a realidade sem você. Brigávamos muito, mas brigávamos por nos amarmos demais. Como eu queria que você estivesse aqui agora. Queria sentir tuas mãos, teu abraço, ouvir tua voz a falar comigo. O tempo ainda não foi capaz de revolver as emoções, nem de preencher a lacuna que aqui ainda existe. Ninguém será um dia capaz de ocupar o lugar que fora teu.
Levo nossas memórias à tiracolo pra quando a saudade aperta. Vejo nossas fotografias, choro baixinho e indago: "Por que? Por que tirá-la de mim?"
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quatorze de fevereiro de 2013, 78 anos e um amor que não cabe em mim