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Fim de ano sempre me deixa muito apreensivo. Eu e minhas manias, fico a recordar os tempos passados, tento recapitular as minhas memórias mais antigas. O peito fica apertado. Fico a recordar os tempos em que eu acreditava que tudo durava ad infinitum e que felicidade não era resultado de um esforço mental, mas uma consequência natural da vida. Lembro de ir andar de bicicleta aos domingos com meu pai, de me juntar à minha vó nas vésperas de Natal pra cozinhar, de quando minha mãe me comprava aquelas canetas coloridas uni-ball SIGNO e de como a laranja e a roxa eram minhas preferidas. Memórias da inocência, resquícios da época em que minha maior responsabilidade se resumia em saber amarrar os cadarços.

Fim de ano sempre me deixa muito apreensivo, mas esse em especial, longe de casa e o primeiro de muitos sem meu anjo de todos os dias, sem meu porto seguro. E então ele termina devastador, com um sabor amargo e, mais do que nunca, saudosista. Que venha 2013, menos agressivo, menos implacável, menos turbulento e mais… doce.

dies martis xxvi ivnivs mmxii, saudades eternas.