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Tem vezes que me sinto na sede de ser desafiado e de desbravar terras desconhecidas dentro da minha própria personalidade. Um autoconhecimento guiado, instrospecção essa inquisidora, que busca respostas aos mais diversos questionamentos. Tête-à-tête comigo mesmo, busca infinita pela minha essência de ser. Tenho necessidade e sinto saudade de um alguém que nunca cheguei a conhecer. É uma caminhada muito traiçoeira; meu eu aprendeu a moldar-se — acomodar-se, de certa forma — e assim me perco pelas diversas estradas que comecei a construir e depois abri mão. São as modas, as amizades, os meios (os começos e os fins), os ambientes, os processos, as necessidades e por ai vai, posso ficar aqui por horas contabilizando.

Me olho nas fotos, no espelho e por vezes me encaro, me indago e não me reconheço. Sou uma tela branca, sensitiva e crua, à mercê das tempestades mundo afora. Me deixo marcar, me camuflo nas frugalidades, me perco dentro dos meus próprios passos. É força do hábito, costumbrismo impositivo de mimetizar o plano de fundo, de pertencer ao todo. Me perco e divago pelas praias do meu ser; custo a ser encontrado em meio às digressões.

Estou sedento de mim mesmo.