"
Perder um amigo é brutal. Tê-lo arrancado da sua vida, sem questionamentos ou partidas, como se um pedaço de si fosse levado junto para debaixo da terra. Sofrimento do tipo que não se deseja a ninguém. Como um baque, que atordoa e desorienta, que estremece, que suga a realidade e a mistura com os medos mais sinceros do coração. Faziam parte do cotidiano os planos e as gargalhadas. Delas, sobram as migalhas, as memórias de um tempo que não volta, as recordações que retorcem os sentimentos numa confluência de alegria e desespero. Despede-se sem pensar que o outro possa desaparecer. Despede-se com a esperança inconsciente do reencontro. Perder um amigo é brutal e dói. Os pensamentos se afogam em culpa, o mundo cessa suas rotações. E, assim, o céu ganha mais uma estrela. Amada, querida, desejada — e brilhante.
Descanse em paz.