"

Rejeição. O único ultraje capaz de me assustar mais do que o amor. Assustar e derrubar. Não sei lidar com sentimentos voluptuosos e obscuros, de um grau de complexidade que foge ao meu entendimento, à minha filosofia. Por que as areias do tempo revolvem displicentemente aqui dentro? Quem sabe eu mereça mesmo sofrer as consequências da minha falta de prudência. Sei que é perverso, mas não o talho por maldade. É quase espontâneo, parte integrante do meu ser, emaranhado e (in)consequente. Traumático, mas não se justifica.

Me ponho à janela, então, à esperar que o amor verdadeiro passe debaixo, entre sem pedir e me dê uns bons tapas na cara.