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Descorriam-se acontecimentos rápidos demais para a minha inteligência. Eram dois, depois três e, então, quatro. As vozes se confrontavam entre tons de vermelho e o trânsito da cidade se colocava de espectador. As luzes pintavam um cenário apático, refletido na garoa fina. Notei que a audiência borrava-se pelos cantos, curiosa pelo desfecho e nada prestativa ao imprevisto. Perdi todo o princípio, todo o estímulo causal que deu origem ao caos. Minha mente me impôs um bloqueio, mecanismo de defesa, e me estimulava à fuga. Instinto. Não se falavam mais línguas, ouvia apenas grunhidos, gemidos, urros. Nada mais fazia sentido.

Paranóia ou mistificação?